sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Dúvidas e arrependimentos... quem os não tem?


O comentário da Josefina no post onde edito o artigo da Martha Medeiros, foi o mote para me pôr a pensar nas ideias que vos deixo neste. É simultaneamente um parecer sobre o assunto e uma resposta.

A questão que se levanta é se estaremos sempre seguros das escolhas que fazemos lá para casa?

Será que nunca se arrependeram de uma escolha, que era tão certa naquele momento? E, no momento seguinte, acharem que se precipitaram?

Quantas vezes não me acontece isto? Muitas vezes :P

No meu caso pessoal, acontece-me por fases. Há fases em que parece que fiz as melhores escolhas e isso deixa-me feliz dos pés à cabeça. Há outras vezes em que parece que não dou uma para a caixa, e se insisto naquele período em fazer compras, faço porcaria na certa!

Como já me conheço bem, uso esse auto-conhecimento para me defender de mim própria e dos meus impulsos (sei que sou perigosa). Cada vez me tento auto-disciplinar mais nesse sentido (penso que não posso andar a gastar dinheiro levianamente).

É muito fácil escolhermos um móvel, uma jarra, umas flores, umas cadeiras que gostámos e depois da compra feita vermos umas que ainda gostamos mais.

Situação semelhante acontece quando andamos à procura de algo específico e nada nos agrada. Corremos este mundo e o outro e nada de nada. Quando finalmente encontramos aquela peça que preenche os nossos requisitos, a partir daí, aquilo que procurávamos desesperadamente atira-se-nos agora aos olhos, vem constantemente ter connosco, está em todas as montras. Por onde quer que andemos lá está e mais giro. Que raiva! É de propósito, não é?

E depois há coisas que gostamos mesmo numa altura porque também não existem outras ofertas, mas passado algum tempo eis que surgem outras opções que gostamos mais. Aí ficamos com aquele bichinho a roer-nos.

Não é verdade que isto cria insegurança na hora de escolher? Alguém será imune a este fenómeno?

É por todas as razões que referi que penso que o sentirmo-nos arrependidos nem sempre é sinal que não soubemos escolher bem.

Quando isso acontece, não temos de sentir remorsos, não temos que nos chicotear psicologicamente até à cova. Podemos sempre tentar vender, transformar, remediar, alterar, reciclar, sem ter de desperdiçar, de deitar no lixo.

Agora viver com um pedragulho no sapato só porque se gastou dinheiro? Isso é que não!

Pensar que não há nada a fazer, que temos de nos resignar, é atropelar e asfixiar os nossos sonhos.

Sejamos felizes nas pequenas escolhas enquanto podermos e nos deixarem, não acham?

Criar estratégias pessoais para aprender a fintar o arrependimento também é um óptimo exercício.

Cada um terá as suas, mas eu esforço-me por orientar as minhas escolhas (mesmo que às vezes possam sair goradas) tendo presentes as seguintes regras:

1) comprar aquilo que realmente gosto, independentemente de estar ou não na moda, de ser "in" ou ser "demodé".

2) ter sempre em conta se é confortável e prático, além da componente estética.

3) quando as dúvidas presistem, garantir que há a possibilidade de troca.

4) criar espaços versáteis que me permitam em qualquer altura alterar-lhes a imagem.

5) evitar cair em tentações do momento só porque se gosta, se acha o máximo e tudi e tudo, mas não ter ainda nenhum lugar pensado para aquela compra.

6) preferir, salvo raras excepções, planear um espaço (idealizar o que quero colocar naquele lugar), do que ir encontrando peças e em função delas criar e compôr o restante (neste último caso, sinto que deixo de controlar a situação e acabo quase sempre por me perder).

7) recolher muitas ideias e imagens que me inspirem até ter a certeza que é mesmo aquilo.

8) estar consciente que a oferta é imensa e que posso sempre encontrar alguma coisa mais gira.

9) é mais fácil arrependermo-nos de uma peça igual a tantas outras do que de uma peça personalizada ou única (cria-se uma relação de afecto mais duradoura).

10) se existir essa possibilidade, optar por peças que tenham a virtualidade de servirem diferentes finalidades.

11) dar ouvidos à intuição.

12) ter presente o que definitivamente não se gosta.

13) conjugar diferentes estilos e cores, evitando cair no cansaço da monotonia do mesmo.

14) evitar cores demasiado fortes que cansam ao fim de pouco tempo.

15) não comprar nada só para remediar.

16) escolher artigos que espelhem a nossa personalidade, a nossa forma de ser e de estar, garante que a nossa casa seja única (ser semelhante a tantas outras é um aborrecimento).

5 comentários:

  1. Amei!!! é mesmo isso! E são esses os termos pelos quais me guio mas não é fácil evitar a confusão na minha cabecinha!

    Obrigada (graças a ti também já dissertei no meu cantinho!)

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  2. Passo sempre por esta situação...por isto estou me obrigando a ser mais rigorosa nas escolhas,não fazer nada por impulso,pois geralmente me arrependo...
    Beijos
    Deusa
    http;//vasinhoscoloridos.blogspot.com

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  3. é a 1ª vez que visito este blog, e gostei:)

    excelente texto, parabéns... e acima de tudo, eu revejo em muitas frases que estão aqui escritas, aliás muitas situações de comprar e arrenpeder; depois foi o dinheiro... tanta coisa parecida:)

    mas muito real para todos nós:)

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  4. Angelina: obrigada pela primeira visita e pelo comentário :)

    Beijinhos para todas

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  5. acho que está tudo correcto e é verdade só que não podemos estar sempre com a nuvem em cima da cabeça, não é? Sejamos prácticas meninas... e mais precisas.

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Obrigada pela visita e pelo vosso comentário :)